22/08/2023
Geral

São Francisco possui atrativos para “encher os olhos” e “juntar água na boca”

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Por Cristina Esteche

A natureza é realmente generosa com Guarapuava. A cidade localizada no terceiro planalto paranaense oferece um leque de opções para quem gosta de desvendar pontos interioranos, marcados por propriedades rurais que oferecem, além das lides do campo, mesa farta composta por produtos coloniais, mata nativa, cachoeiras e paisagens que encantam e conquistam.

A 45 quilômetros da cidade, o Salto de São Francisco possui atrativos para “encher os olhos” e “juntar água na boca”.  A estrada é pavimentada, mas  requer cuidados,  pois a pista estreita, o escoamento de madeira de reflorestamento em caminhões, e o fluxo de veículos que vão e que vem, aliado às curvas constantes, requerem cautela e muita atenção dos motoristas. O que não se pode desviar, entretanto, são os olhos das paisagens que se abrem à volta e à frente.

Nos dois lados da estrada é possível ver árvores frondosas que se fecham num emaranhado de galhos e de flores, muitas das quais reproduzidas nas águas dos tanques de peixes que predominam nas propriedades.

A arquitetura de casas antigas, mas preservadas, à beira da estrada, mostram a influência de imigrantes poloneses, italianos e ucranianos. “Em 2005 foi feito um levantamento pela Prefeitura que apontou a predominância dessas etnias”, disse o diretor do Departamento de Turismo, da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, Marcio de Sequeira.

Pelo caminho, nove igrejas demonstram a fé dos cerca de cinco mil habitantes que formam o distrito de Guairacá, nome que homenageia o Indio Guairacá, um dos ícones da história de Guarapuava. A maioria dos templos, todos católicos, segue o rito ucraniano.

No Km 11 há um olho d’água do Monge João Maria, local de batizados das crianças. Um bom lugar para saciar a sede, antes de seguir a viagem.

Ao longo do percurso, é possível ver placas nas casas oferecendo pernoites, refeições, churrasqueiras, área de camping. No inverno é possível participar das tradicionais sapecadas de pinhão no meio da mata.

Quando a pavimentação acaba e a estrada de chão se apresenta, cascalhada e preservada, faltam apenas 4,7 quilômetros para a entrada no parque. Uma igrejinha de madeira, que já foi do padroeiro São Francisco, dá as boas vindas aos visitantes. No local não há mais imagens e destina-se a cultos ecumênicos. Adiante, um cemitério indígena, abriga somente restos mortais de crianças. “É uma tradição indígena sepultar crianças em local separado dos adultos”, diz Sequeira. O local abrigou uma reserva indígena, hoje pertencente ao município de Turvo, desmembrado de Guarapuava.

O percurso deve ser feito a pé até chegar ao ponto deslumbrante da caminhada. O salto São Francisco, considerada a maior queda d'água da região sul do Brasil, e uma das maiores do país, estará ali, à frente. A queda está localizada numa região de tríplice fronteira entre os municípios de Guarapuava, Prudentópolis e Turvo, dentro da Área de Preservação Ambiental da Serra da Esperança. Dntro dos 35 alqueires do parque, há a opção de trilhas e vista panorâmica do salto que possui aproximadamente 196 metros de queda livre, onde a água transforma-se em névoa antes de tocar no chão.

Esta é apenas uma das inúmeras opções para quem gosta de se aventurar pelas belezas naturais que Guarapuava apresenta. E nos dias de inverno, uma boa companhia é indispensável, para um aconchego na temporada mais romântica do ano.

Matéria publicada originalmente da Rede Sul em Revista – edição de inverno

Cristina Esteche

Jornalista

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